Produtores retêm oferta em busca de valorização do preço do milho
Após cair quase 10% em janeiro, a cotação do milho caminha de lado em fevereiro graças à retração dos vendedores. Na semana passada, inclusive, houve leve recuperação de preços, que fecharam ontem a R$ 62,13.
Os produtores apostam na possibilidade de valorização da saca de milho ao menos no mercado doméstico frente a estimativas de redução na produção do cereal no Brasil.
Conforme o último levantamento da Conab, a produção brasileira na temporada 2023/24 deve totalizar 113,69 milhões de toneladas, 14% abaixo da anterior, como consequência das reduções na área e na produtividade das três safras nacionais.
Segundo o Cepea, no entanto, as altas foram limitadas pela demanda enfraquecida, com consumidores negociando de forma pontual, priorizando a utilização de estoques.
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Produtores de soja e milho vão até o Mapa por medidas de socorro ao setorDeste modo, o mercado brasileiro de milho manteve preços estáveis na Quarta-feira de Cinzas.
Segundo o consultor de Safras & Mercado, Paulo Molinari, foi difícil até definir algo em termos de negócios, com mercado parado e sem alterações nas bases de valores.
Confira a cotação do milho nas principais praças do Brasil:
- Porto de Santos - R$ 58,00/65,00 a saca (CIF)
- Porto de Paranaguá - R$ 56,00/64,00 a saca
- Paraná (Cascavel) - R$ 56,00/58,00 a saca
- São Paulo (Mogiana) - R$ 58,00/62,00 a saca
- Campinas - R$ 63,00/65,00 a saca (CIF)
- Rio Grande do Sul (Erechim) - R$ 56,50/58,00 a saca
- Minas Gerais (Uberlândia) - R$ 58,00/60,00 a saca
- Goiás - R$ 53,00/56,00 a saca (CIF)
- Mato Grosso (Rondonópolis) - R$ 42,00/45,00 a saca
Preço do milho hoje
Já no cenário internacional, a Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) opera hoje com preços mistos, enquanto o dólar recua frente ao real.
Os contratos futuros de milho com vencimento em março de 2024 operam cotados a US$ 4,25 por bushel, alta de 0,75 centavos, ou 0,17%, em relação ao fechamento anterior.
O mercado estende o tom negativo do pregão anterior, consolidando o nível mais baixo desde dezembro de 2020.
As cotações são pressionadas pela perspectiva de ampla oferta global e pelo melhor clima na América do Sul. Houve chuvas significativas nos últimos dias nas principais regiões produtoras da Argentina, que consolidam as expectativas de grandes colheitas de milho no país.
Além disso, os investidores aguardam o relatório de exportações semanais dos Estados Unidos, que será divulgado pelo Departamento de Agricultura do país hoje, às 10h30 (horário de Brasília). Analistas esperam vendas entre 800 mil e 1,5 milhão de toneladas.
Ontem (dia 14), os contratos com entrega em março de 2024 fecharam com baixa de 6,50 centavos, ou 1,50%, cotados a US$ 4,24 1/4 por bushel. Os contratos com entrega em maio de 2024 fecharam com recuo de 6,00 centavos, ou 1,35%, cotados a US$ 4,37 1/4 por bushel.